Este post marca o início de uma nova fase aqui no Viajante Experiente, que se profissionaliza a cada dia e quer levar o melhor conteúdo de viagem para os nossos queridos amigos leitores, que aumentam a cada dia. Esse projeto mudou um pouco de sua rota original, abrimos o nosso Facebook com seus 3200 fãs atualmente, Twitter com mais de 2600 seguidores e em especial Instagram de viagens, o @viajanteexperiente – aonde tivemos o privilégio de chegar a 13.000 seguidores em menos de um ano, com mais de 200 posts e uma média de 400 curtidas por post! A nossa hashtag pública #viajanteexperiente possui atualmente mais de 3400 posts compartilhados, algo inimaginável nos primórdios do nosso projeto.
O projeto Viajante Experiente começou em janeiro de 2016, aonde minha intenção maior era colocar neste modesto blog de viagens informações relevantes para viajantes que querem conhecer destinos que eu tive o privilégio de estar. E fosse o viajante experiente ou não, que as informações fossem relevantes o suficiente para que eles pudessem retornar e aproveitar do conteúdo.
Sempre tive uma curiosidade peculiar por viagens de volta-ao-mundo, um tipo de viagem que nunca fiz. Dentre todas as viagens internacionais que tive a oportunidade de realizar, o meu prazo máximo fora de casa era de aproximadamente um mês, nunca consegui ficar mais tempo longe de casa do que isso. Tanto por questões pessoais (família, principalmente), como por questões profissionais (mesmo estando em viagem a trabalho, a minha presença física era necessária no Brasil).
Quando criei o Viajante Experiente, tive a oportunidade de acompanhar muitas pessoas em suas viagens, especialmente no Instagram, e ver muitos passeios, experiências divertidas e viagens incríveis, que por muitas vezes ficam encobertas dentre tantos usuários nas redes sociais mas que são mais do que especiais e que deveriam ser compartilhadas. Por isso, achei interessante e oportuno “entrevistar” algumas pessoas especiais que tive o prazer de contatar neste projeto e falar sobre viagens, destinos, organização, projetos e todo o afim que cerca o ambiente de uma viagem. E para fazer algo de tal porte temos que iniciar com algo emblemático justamente com uma viagem de volta ao mundo que estivesse sendo registrada ali.
Ao acompanhar o Instagram do @trips2remember, vi que a história era boa demais e que provavelmente inspiraria outras pessoas a fazerem o mesmo, e resolvi chamá-los para conversar e contar um pouquinho do que eles fizeram para chegar até ali. A simpatia e recepção deles foi muito boa e resolvi arriscar escrevendo algumas perguntas para eles, que estão logo abaixo.
Long story short, Ludmilla e Leonardo são um casal na faixa dos seus 30 e poucos anos que tinham uma vida ‘estável’ aqui no Brasil e decidiram fazer uma volta ao mundo de um ano e conhecer diversos destinos que provavelmente estavam na “bucket list” deles há muito tempo. Ela trabalha como gerente em uma empresa de consultoria, ele é funcionário público e, depois de tantas férias conhecendo o mundo ‘aos poucos’, resolveram realizar o sonho de fazer uma volta ao mundo. Ao todo, já conheceram mais de 40 países e agora estão há 4 meses viajando pelo mundo e compartilhando essa aventura no instagram @trips2remember
Segue então a nossa primeira “entrevista”, se é que posso chamar assim, mas basicamente é uma pequena conversa que me mostrou que se houver programação, empenho e coragem, ficar um ano longe de casa não é tão assustador assim. Vamos ao que interessa, as perguntas e as respostas:
1) Como surgiu a paixão por viagem e quais foram os motivadores para realizarem a volta ao mundo?
– Desde pequena eu estou sempre viajando e curtindo todo tipo de viagem. Meus pais sempre tiveram um espírito viajante e minha infância foi marcada por idas à praia, à campings, cidades do interior, trilhas no mato, algumas viagens internacionais e muitas horas de carro (numa época em que ouvíamos música de fitas cassete e não existia carros com direção hidráulica nem ar condicionado!). Na juventude fiz um intercâmbio para Londres e a paixão por viagens se consolidou: a cada oportunidade eu colocava a mochila nas costas e saía conhecendo a Europa. O Léo também teve uma infância de muitas viagens, mas mais ao estilo praia com a família. Na juventude, começaram as viagens “independentes” e ele teve a oportunidade de ir pela primeira vez ao exterior. Tudo isso fez crescer um grande gosto por todo tipo de viagem e por conhecer diferentes realidades… Durante nosso namoro, percebemos a paixão em comum. No início, éramos mais conservadores e fazíamos viagens à destinos mais próximos. Depois, aproveitando um momento de valorização do Real, fizemos uma viagem mais longa para a Europa. A partir dali ficamos viciados e, desde então, passamos a viajar em todas as oportunidades, sempre voltando com vários novos destinos em nossa lista de desejos! Assim, juntando toda essa paíxão por viagens, uma lista enorme de destinos a conhecer e a companhia ideal, o sonho da volta ao mundo cresceu, apesar de aparentemente distante por questões financeiras e profissionais. No entanto, pesquisando muito e vendo a experiência de outras pessoas, percebemos que era um sonho factível (dependendo da sua disposição, claro!) e, depois de muito planejar, aqui estamos!
2) Em um dos primeiros posts você comenta que trabalha em uma das maiores empresas de consultoria do mundo e o Léo é funcionário público. O que os motivou a largar tudo e passar um ano rodando o mundo?
– Na verdade, nós não largamos tudo. Quando começamos a “tirar do papel” nosso sonho, nos deparamos com várias histórias de pessoas e casais que “largaram tudo” para dar uma volta ao mundo. Essas histórias foram super motivadoras para nós, principalmente por nos mostrarem como realmente é factível viajar pelo mundo (não é necessário ser rico, é necessário ter disposição!). No nosso caso, optamos por planejar a viagem sem precisarmos “largar tudo” (não somos tão corajosos assim!). O Léo desenvolveu um projeto pessoal e profissional que pudesse ser aplicado no serviço público e seguiu todos os trâmites necessários para ter sua licença aprovada. Também estudei a política da empresa em que trabalho, conversei com meus superiores e consegui uma licença (esclareço que as duas licenças são sem remuneração). Além disso, na nossa volta ao mundo, vamos estudar na Austrália, e procuramos cursos que fossem relevantes para nossas carreiras, pois, além de toda experiência pessoal que a viagem está nos proporcionando, sabemos o quanto a capacitação é importante e procuramos alinhar essa experiência de vida com nosso desenvolvimento profissional.
3) Como vocês definiram os destinos e qual a forma de hospedagem em cada um deles?
– Selecionamos juntos os destinos e optamos por focar grande parte da nossa viagem nos países da Ásia, devido ao nosso interesse pela cultura oriental, por já termos explorado Europa e Américas e por questão de logística (como os países asiáticos estão muito distantes do Brasil, quisemos aproveitar o tempo para conhecer a fundo a região. Não daria para conhecer tantos lugares durante um período de férias, por exemplo!). Além disso, temos nosso planejamento de estudo na Austrália, que também contribuiu para a definição do nosso roteiro com foco na Ásia. Quanto à hospedagem, já estamos há quase 4 meses viajando e, nesse tempo, usamos todos os tipos de acomodação: hotel, hostel, AirBnB, couchsurfing, casa de amigos e casa de parentes de amigos! Para escolher a acomodação, tentamos aliar oportunidade e preço, já que o orçamento é restrito. Sempre que conseguimos, priorizamos a casa de amigos (inclusive, estamos sempre querendo indicações!). Quando não é possível, buscamos a forma mais confortável dentro do nosso teto de gasto com hospedagem. Nas cidades mais baratas, temos conseguido ficar em hotéis, mesmo que simples. Nas cidades mais caras, temos usado AirBnB, hostel e couchsurfing.
4) Vocês estão se financiando durante a viagem, prestando serviços localmente, ou tudo é pago com as economias do planejamento?
– Com relação ao financiamento da viagem, o segredo é o planejamento e a definição do orçamento: analisamos e listamos todos os gastos envolvidos, tanto na viagem propriamente dita quanto no Brasil (como o pagamento de previdência, por exemplo, que não deixamos de contribuir), verificamos a receita que conseguiríamos acumular nos meses que antecederam a viagem e estabelecemos nosso limite de despesas! Até o momento, estamos conseguindo nos manter dentro do orçamento definido. Nos países mais caros, incorporamos nosso “espírito aventureiro” e, nos locais mais baratos, nos permitimos alguns “luxos”. Sempre nos perguntam quanto custa fazer uma “volta ao mundo” e o que respondemos é que depende de quanto você quer gastar e se você está realmente disposto a viajar de acordo com esse limite de gastos! Existem viagens e viagens, viajantes e viajantes!
5) O que vocês pretendem fazer ao voltar para o Brasil? Irão escrever um livro ou um blog contando a história de vocês?
Temos recebido bastante incentivo para escrever um livro! Eu, particularmente, adoro compartilhar minhas percepções sobre os lugares e tenho dividido as experiências no Instagram (com alguns textos escritos em momentos bastante inspiradores!). Com isso, a idéia do livro me agrada, mas, no momento, estamos focados em aproveitar essa experiência ao máximo e acumular muito aprendizado e histórias para contar! Por enquanto, todos podem nos acompanhar nessa aventura e viajar com a gente por meio do nosso Instagram @trips2remember
6) O que você diria a quem está pensando em realizar a volta ao mundo?
– Faça acontecer!!! Muitas pessoas amam viajar e sonham em fazer uma volta ao mundo, mas poucas estão realmente dispostas a vivenciar todos os desafios que um projeto como esse envolve. É maravilhoso sair pelo mundo, mas existem muitas dificuldades envolvidas também (completamente diferente de uma viagem de férias). Quem realmente cogita esse tipo de viagem já tem o espírito aventureiro necessário e a mente aberta para todas as experiências que ela vai trazer! A volta ao mundo é factível, basta realmente querer fazê-la e partir para a sua realização, sem desanimar com as dificuldades! Tenha a certeza que é muito recompensador e imensurável a felicidade, amadurecimento e satisfação que ela tem nos proporcionado!
Um empurrãozinho para realizar esse sonho
Escrito pela própria Ludmilla
Se quiser mais um empurrãozinho para realizar esse sonho, leia abaixo o primeiro texto publicado no instagram do casal @trips2remember:
O dia do embarque está se aproximando: 15/09/2016. Tenho pensado muito nos motivadores dessa viagem, refletido sobre a coragem de concretiza-la e qual sentido quero buscar por meio dela… Preciso confessar que, por mais que seja a realização de um sonho e que possa parecer (e talvez seja) fuga de uma realidade a qual não me vejo pertencendo mais, sair da zona de conforto, sair do ‘mundo das ideias’, sair da caverna e se lançar num ‘mundo real’ desconhecido é algo difícil e, claro, gera insegurança e ansiedade.
Preciso confessar também que tenho planos e desejos de morar num triplex, criar 5 filhos com conforto e luxo e ter o carro do ano, mas não quero me privar das oportunidades que o meu presente me oferece com as incertezas utópicas do futuro. A vida é feita de escolhas e não quero deixar de ser feliz aqui e agora porque vivo constantemente achando que a felicidade está no futuro… Achando que é preciso acumular grandiosas vitórias para ser merecedor de um futuro feliz. A verdade é que a vida já me deu tanto!! Família, amigos, valores, fé e um companheiro que sonha meus sonhos. Melhor, que nos faz sonhar e realizar juntos!
Dizem que os pais criam os filhos para o mundo e é esse mundo que eu quero conhecer. Mais até, é neste mundo que eu quero ME conhecer. Conhecer o ser que SOU no mundo.. Antes eu achava que seria necessária uma tragédia em minha vida para isso acontecer… para eu ter a coragem de me lançar no mundo, do tipo “não tenho mais nada a perder, porquê não?”. Mas cheguei a conclusão que não preciso ‘não ter nada a perder’ para ter essa coragem, mas apenas perceber que eu SÓ TENHO A GANHAR!!!
